Segurança energética

Apesar da elevada percentagem atual de energias renováveis na matriz energética brasileira, o país enfrenta uma situação em que, por um lado, precisa aumentar a sua produção de energia para promover o desenvolvimento socioeconômico, a criação de emprego e a redução da pobreza. Por outro lado, o país enfrenta o quase esgotamento do seu potencial hidrelétrico ambientalmente viável (a maior parte do potencial inexplorado do país está situado na região amazônica, e, portanto, enfrenta graves restrições ambientais locais), mas apresenta um enorme potencial para o crescimento da produção de energia eólica e solar. É esperado ainda um aumento da produção óleo e gás natural, com as recentes descobertas de petróleo na camada do pré-sal, o que fará com que uma parcela crescente da produção de óleo no país seja exportada.

Assim, é importante avaliar em que medida o desenvolvimento socioeconômico do Brasil e o aumento associado à produção e uso de energia no país serão compatíveis com os objetivos de uma economia menos intensiva em carbono e ambientalmente mais sustentável.

Tendo essas considerações como o pano de fundo, quatro principais atividades de pesquisa e desenvolvimento são consideradas por esta componente:

1. Avaliação técnica e econômica das opções de mitigação de emissões de carbono associadas à conversão de energia (incluindo as emissões provenientes da combustão e as emissões de processos industriais).

2. Desenvolvimento de modelos de avaliação integrada (IAMs – Integrated Assessment Models).

3. Avaliação de estratégias nacionais para promover opções chave de mitigação.

4. Avaliação dos impactos das mudanças climáticas sobre o sistema energético do Brasil em termos de segurança, confiabilidade e medidas de adaptação e seus custos relacionados.

5. Desenvolvimento de modelos de levantamento e previsão de curto, médio prazo para recursos de energia solar e eólica.

6. Estudos de séries temporais de médio e longo prazo para validação de modelos e estudos de tendências globais.

7. Desenvolvimento de cenários futuros regionalizados para recursos renováveis com base nas previsões climáticas de modelos adotados pelo IPCC-AR6 com o intuito de avaliar os impactos das mudanças climáticas na disponibilidade e variabilidade dos recursos energéticos solar e eólico.